sexta-feira, 16 de março de 2018



Parei
De contar
Quantas camas frias
Já esquentei

Quantas
Bocas mentirosas
Beijei

Foram tantas
Inúmeras
Quedas
De joelhos
Em frente a membros
Mortos

Que pela minha
Oração
Entraram
No céu do gozo


Pelas minhas
Mãos
Pernas
Pela minha vulva
Sempre úmida

Todos
Se aqueceram
Se embriagaram
De mim

Até que
Saciados
Deixaram meu
Corpo

Meu coração
Cada vez mais
Gelado

quinta-feira, 15 de março de 2018



Quem morre
Quem sofre
Quem fica
Na dor
No corte

Quem vela
A sorte
Quem dá
Suporte
Sofre

Quem fica
Não
Segue
Forte

Mulher negra
Presente!

Mais um
Ano
Dia
Continuo
Sem saber
Quando desatar
Esse nó
Existe nós?
Continuo
Sem saber
Sempre
A sombra
Perdida
Sou barco
Sem rumo
Naufrágio
Em seus olhos
De mar

quarta-feira, 14 de março de 2018

Preciso escrever
Palavras
Que me afogam
Jogá-las
No mar do meu
Desassossego
E deixar
Meu corpo
Leve
Solto
Pra enfrentar
Mais um dia
De naufrágio
Bate
No meu peito
Saudade
Das horas
Em que
Seu olhar
Seu abraço
Sorriso
Eram porto
Seguro
Pro meu cansaço
Ancorar

segunda-feira, 12 de março de 2018

Fiz dos meus dias
Entrega
Saltos e quedas
Com começo
Meio
E fim

Pra que quando
Chegasse
No bater
Das horas
E meu corpo
Cansado
Fosse misto
De prazer e solidão

Tivesse a certeza
Que cada segundo
Cada minuto
Fui inteira
Sem arrependimentos
Nem medo
matar minha
sede de amor
em outros corpos
diluir
todo sentimento
como chuva de verão
me resta o desejo
essa fome
de vida
de paixão
que não deixa
meu corpo

domingo, 11 de março de 2018

matar minha
sede de amor
em outros corpos
diluir
todo sentimento
como chuva de verão
me resta o desejo
essa fome
de vida
de paixão
que não deixa
meu corpo

sexta-feira, 9 de março de 2018



Ando falando de amor
Sim, comecei a sentir
Necessidade de cultivar afetos
Serei repetitiva, como sempre
Minha poesia fala de mim
Então será monótono
Como dias de chuva

Ando falando de amor
Sim, preciso lembrar
De regar meu coração pela manhã
E enfrentar a dureza
Do cotidiano
Não é fácil

Ando falando de amor
Porque tenho fé
Oxalá, meu rei
Oxum, minha mãe
Peço sua benção
E sigo firme

Ando falando de amor
Amor próprio cura!

quinta-feira, 8 de março de 2018

Fiz o santo
Mas o coração
Continuou o mesmo

Sem governo, sem direção
Disposto a cair
Em qualquer cilada
E ele caiu

Sofrendo
Mergulhado em mágoas
Ele tentou nadar
Naufraguei

Enquanto meu ori
Insistia em me dar caminho
Desafiei sua orientações
Me contentando com pouco
Com menos
Tudo parecia sem gosto
Sem paixão
Não havia entrega
E eu sempre quero mais

Feita nas águas
Destinada a ser mar
Não represa

Deixei me levar pelo vento
Que não cansa
Que não cessa
Mas aprendo
Um dia eu aprendo

Por enquanto
Calma, c'alma!
Respiro
Tento de novo
Ouvindo o que orixá
Tem pra me dizer

Calma, tempo!

O percurso do rio é longo
Cuidado
Afeto

Desfazer
As amarras, tempo

Desacelerar
Meu coração, tempo

Sinto
Que tudo que emerge
Em mim, é força
Não há realmente nada
Barrando meu destino
Além de mim mesma

Cuidado

Água!

terça-feira, 6 de março de 2018

domingo, 4 de março de 2018



Litrões de Brahma
Torresmo
Um ombro amigo
Consolo
Dois áudios
Não visualizados
Arrependimento

O que cura
Um coração partido?



Amores líquidos
Que entram
Pela garganta
Lubrificando
Palavras secas
Invadindo
Corações ésteres
Fertilizando
Artérias
Pra pulsar afetos
Mata a sede
Daqueles que sofrem
Durezas
Mágoas
Desertos
Sem sombra, luz
Trazendo
Pra alma
O alento
De suas águas
Límpidas
Correntes
Aprendendo
Que amar é seguir
Nutrindo corpos
Curando gente
Feito rio
Sempre em frente

sábado, 3 de março de 2018

Você não sabe
Que meus olhos
Brilham
E minhas mãos
Suam
Quando te vê?
Você não sabe
Que minha boca
Saliva
E minha boceta
Molha
Com você?
Você não sabe
Que meu corpo
Queima
E meu coração
Bate forte
Só por você?

sexta-feira, 2 de março de 2018



Escolhi amar
Apesar dos desenganos
Do corpo dolorido
Prefiro afeto
Que ter razão sobre tudo

Escolhi amar
Apesar de não ter
A mesma cor
A mesma história
A mesma classe
Prefiro ter as mãos unidas
Do que corações apartados

Escolhi amar
Apesar de estar incompleta
De ser incompreendida
Indomável
Porque amar
É sentimento
Somente
Pra ser sentido
Mais nada

A fábula do pássaro Na gaiola Nunca foi nosso caso Nesse caso Coube mais Aquele dito popular Da abelha Num jardim florido Não tá ma...