quinta-feira, 30 de março de 2017

A lua já está em touro
E você​ negou este corpo
Que sedento pede
Pra ser devorado

Nada é mais prazeroso
Que se dar
Que se perder
Que se achar
Em outros braços
Nada mais odioso
Que se contentar
Com o prazer solitário
Da minha mão imaginando a sua
Enquanto percorro meu sexo
Segue a secura na pele
Na falta do suor
Segue a fome na boca
Que pede a sua
Segue o sangue quente
Correndo em minhas veias
Como uma sina sem fim

quarta-feira, 29 de março de 2017

Meu último dia aqui
Chega de se esconder
Tem coisa que não muda
E aqui dentro é o problema

Eu não sou diferente
Eu não sou melhor
Sou tão igual
Quanto tantas outras
Tão parecida com todas

No final de tudo
Somos loucas
Somos difíceis
Somos intransigentes

No final
Quando atingimos seu ego ferido
Somos tudo que você amou
Mas passou a odiar
Em segundos, em minutos

Minha poesia atinge
Sua artéria como faca afiada
Eu sangro todo mês
E tô viva!
Homem
Caga 
Tudo

E eu
Cheia 
Dessa
Merda!


segunda-feira, 27 de março de 2017

Como você vive
Se dentro do peito
Tem um oceano
Que a cada lunação
É calmaria
Ou maremoto?
Respondo
Ou aprende a nadar
Ou faz como eu
Continuo me afogando

domingo, 26 de março de 2017

Eu não tenho nada
Moro de favor
Não tenho dinheiro
Sem rumo e sem lugar

Você me vê sorrindo
Numa foto
Esse sorriso não existe
Voce me vê ao lado
De um home que não me ama

Eu sou um enfeite
Um troféu

Eu sou um estorvo
Um mal necessário

Nunca tive paradeiro
Nunca tive porto

Sempre andei por aí
Me deixando no caminho
Sendo sugada
Por homens parasitas
Atrás do meu sexo, do meu brilho

Eles brilham ao meu lado
Roubam minha pouca alegria

Você que acha minha vida
Um sonho
Não sabe que vivo em pesadelo
E que nunca vou acordar
Sobre afetividades

Eu não sei amar
Ninguém me ensinou
Com meus pais
Afeto é comida na mesa
Roupa limpa, um teto
Nada mais
Eu acho bom até
Abrigo é melhor que nada

Ninguém pegou na minha mão
E falou que amava
O primeiro que se ajoelhou
E disse que ficaria ao meu lado
Na tristeza e na doença
Me cortou tão fundo
Eu não quero mais sangrar

Minhas lembranças doem
Cada homem que amei me matou
Me mutilou
Não quero seu amor
Esse amor doente
Que vive de passado
Que confunde desejo com carinho
Que nos meus olhos não enxerga alma

Eu digo adeus todo dia

A fábula do pássaro Na gaiola Nunca foi nosso caso Nesse caso Coube mais Aquele dito popular Da abelha Num jardim florido Não tá ma...