quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Posso ser
Chuva
Tempestade
Mas também
Posso ser
Brisa
Em dia quente
Depende do tempo
Se virar
Eu vento
Depende, se gritar
Eparrei!
Tô lá!
Depende de quem
Oya!

tempestade

O acaso
Me atraí
Mais que o caminho
Se provocada
Faço ventar
Me perco
Num redemoinho
Sigo afluente
Do rio
Desejando sua sabedoria
Mas me percebo
Quente
Úmida
Como as tardes de verão
De repente
Relâmpeio
Muda o tempo
Pretejando o céu
Viro tempestade

queria fotografar
aquele momento
a ultima vez
que te vi
olhar
toda vez
que sentir você
sumir
da minha mente
do meu coração


(como superar seus olhos?)

vênus em gêmeos

Aquele fala que corta
O coração
Engasga
Prende o choro
Já sinto sua falta
Sem dar adeus
Já sinto sua falta
Mesmo quando
Tu estas aqui
Ao meu lado
Desculpe
Sou repetitiva
Desculpe
Voltei porque queria
Ficar

Desculpe
Mas só penso
Em partir..
Se
Você
Tem
Medo
De
Voar
Não
Prenda
Pássaros
Na
Sua
Gaiola
De
Egoísmo
A força do rio
Se mostra
Na queda
E não há
Entrega
Mais forte
E verdadeira
Do que
A água
Quando
Encontra
A pedreira



mel & dendê

Entrar
Como
Brisa
Sair
Como
Vendaval
Fazer
Chuva
Virar
Tempestade
Sou
Dessa
Qualidade
Que
Vira
O tempo
Doce
Azedo
Fria
Porém
Ardendo
Meu
Ímpeto
É
Mel

Com
Dendê
Não
Sei
Explicar
Tudo
Que
Emerge
Em mim

Sei
Que

Quero
Voar
Virar
Nuvem
Foge
Comigo?

despedida

Quem me vê caminhando tranquilamente pelas ruas
Não faz idéia do que se passa na minha mente
Olho cada casa, flor, borboleta
E vou me despedindo
Num sorriso
Num aceno
As pessoas não imaginam
Que pode ser meu último dia
Vestido branco
Cabelo recém pintado
Unha feita
Quero que me vejam solar
Mesmo em dia nublado
Já me despedi de todos
Mesmo que eles não saibam
Cada palavra era um adeus
Olho pro céu
Vejo somente nuvens
E o pensamento é não existir
Minhas gatas não saem de perto
Parecem adivinhar que meu destino
Sera o mesmo que o delas
Não as deixarei só
Irão comigo onde eu for
Nossa passagem já foi comprada
E esteve guardada
Numa gaveta desdo ano passado
Ah, já faz um ano?
Não, muito mais..
São 36 anos de agonia
Uma alma aflita
Atormentada
Consciente que esse mundo
Não lhe pertence
Que nada lhe cabe
Deixarei minhas dores
As mágoas
Todos os dedos que me foram apontados
O desamor
Abandono
Deixo também meus erros
Essa culpa que dilacera meu peito
Por ter sido uma péssima filha
Uma irmã
Uma amante
E uma mãe
Deixo esse mundo
Entregando-me a natureza
Este corpo cansado
Por fim, definhará
Alimentando o solo
Fertilizará
Germinará
Brotará
Águas
E finalmente renascerá rio
Minhas amizades
São como amores de verão
Me apaixono perdidamente
Pelas pessoas
Por seus calores
Gostos cítricos
Como uma brisa que vêm
Refrescar minha pele
Depois da praia
Mas dura pouco
Tão fugaz
Tão arrebatador
Que as vezes trás dor
Mágoa, ressentimento
Ao mesmo tempo
Tão bom
Tão intenso
Fazendo minha alma
Sentir-se viva
Sempre!

desapego

quanto mais te quero
mais você foge
quanto mais te desejo
mais você some
não corro atrás de ilusões
nem me prendo a elas
vou me libertar dessa paixão
que me consome
deixo você ir
e me deixo assim
pois já não caibo mais em mim
meu coração transborda
para além do rio 

que nele habita
ate breve
ou até um dia
quem sabe

sem remetente

Eu sinto falta da cumplicidade
Do olhar preso no outro
Das mãos unidas
Toques suaves no cabelo
Nas costas
Mas nas minhas recordações
Nada era verdadeiro
Quando depois vinham gritos
Coisas atiradas no chão
Choro compulsivo
Ou quando parecia uma estranha 

Depois de tanta intimidade
Quando dizia adeus
Sem palavra nenhuma
Aprendi que depois do afago vêm a dor
Que depois da dor vêm o afago
Hoje eu não sei o que é carinho
Hoje eu não sei o que é amor
Hoje eu só sei fugir
Correr de qualquer sentimento
Mesmo querendo ficar
Mesmo querendo sentir

Parafraseado Elisa Lucinda
O homem que me amar hoje 
encontrará vários lá dentro
mate-os, esquarteje, queime!
Todos eles me ensinaram que amar é sofrer 
e que carinho é sentir dor.


(Eu sei que você não vai ler, mas precisava, ao menos, escrever)

lamento

Lamento
Não tenho 

Leveza de fadas
Nem pele alva
Sorriso aberto
Pés no chão
Lamento
Não tenho pudores
Não me contenho
Sou o profundo
E tão fundo
Que até me esqueço
Lamento
Não sou sua querência
Nem sua imaginação
Não sou
Sou eu, apenas
Lamento

Se
Não
Fosse
Ogum
Qual
Quem
Como
Seria
Minha
Arma
Dura
De
Ferro
Sangue
Mariô
Ogum
É
Meu
Braço
Minha
Veia
Meu
Ímpeto

escorpião

Era melhor
Acreditar
Que era amor
Quando o beijo
O toque das mãos
Diziam não
As bocas unidas
Corpo estremecendo
Gozo
E depois?
Nada
Nenhuma palavra
Não era amor
Era paixão
Uma vontade
Incontrolável
De estar
Dentro do outro
De pertencer
Afogar
Como esquecer?
Não sei
Seu ferrão me feriu
Tão profundo
Tão íntimo
Que busco cura
Em outros
Venenos

Tão
Previsível
Como
Um
Céu
Cinzento

noroeste

O dia amanheceu quente
Vento forte
Céu cinzento
Parece que vêm chuva
Enquanto meu chá esfria
Lembro mais uma vez
Seus olhos
Cabelos
Volta pro chão Ornella
Num gole de chá frio
Amanhece
E eu tento acordar
Olho pro céu
Esperando a chuva
Olho pro teto
E vejo seu olhar
Tão forte é o vento
Tudo voa lá fora
O quintal sujo
Cheio de folhas
Roupas balançando
No varal
O céu cinzento
O vento
Seus olhos
Cabelos
Ainda não choveu

Recado pra atual do meu ex

Sei que você vai ler este post
Afinal, ele te contou sobre mim
Ou você descobriu?
Aposto que esta curiosa pra saber quem sou
Pois bem
Eu sou aquela que ele namorou, ficou, transou
Durou pouco
A paixão é fulgaz, ele disse
Mas ele busca um amor verdadeiro
Palavras bonitas
Doce na boca
Falou que eu era inteligente
Sensual
Atraente
Que instigava suas fantasias
Gostava que eu fosse feminista
Tão interessante
Recitou poemas
Me fez poesia
Dedicou músicas
Falou de amor
Do seu tesão
E quando me provou
Ah, já não tinha mais graça
Virei piada
A mal amada
A louca que lhe oportuna
Lhe segue
Incomoda
Mas preciso saber o porquê
Não sou mais inteligente
Sensual
Atraente
E não é sua culpa
Não é minha culpa
É ele!
Desculpe amiga
Te dar essa notícia
Assim, meio bêbada
Fora de mim
Mas eu precisa dizer
O mesmo que fez comigo
Ele fará contigo
E com outras
Outras
Outras..



Ele fala que é instinto
Mas nós sabemos que é machismo!

A fábula do pássaro Na gaiola Nunca foi nosso caso Nesse caso Coube mais Aquele dito popular Da abelha Num jardim florido Não tá ma...