sábado, 23 de maio de 2015

sobre quedas

me atiro sem medo
abismo
não vejo partidas, nem finais
sinto
se a queda doer
não importa
o prazer da entrega
o vento na cara
enquanto me deixo, solto
cura qualquer joelho ralado

o vermelho do meu sangue

me apaixono por homens 
que não sorriem
homens fechados
sisudos e enfadonhos
egoístas 
apenas querem sugar meu gozo
matar sua sede
depois se vão
não deixando nada 
além de vazio
suor no lençol
marcas no meu corpo
porém, levam consigo
carregam meus pensamentos
meus beijos
o vermelho do meu sangue
não sou de lamentar
romântica sem cura
pra mim amor tem gosto de doença
sadismo
é, as vezes dói
demais
paixões platônicas
doem, e a dor vicia

sexta-feira, 22 de maio de 2015

aniversário

alguém trás o domingo?
parece que vivo
9 anos dentro de 12 meses
quero logo 
que passe
voe
não aguento mais os dias
não passam mais as horas
insuportáveis segundos
quero dormir e acordar 
no dia do meu renascimento

além do corpo

Por que despertaste em mim
tantas e tantos
sentidos
desejos
nem sei mais
se consigo mais
suporto demais
naufrago
queria te deixar
me deixar
mas não permito
consumo a ausência
o silêncio   
sem uma palavra
sem um aceno
reserva-te
só mente
não divide nada
além do corpo





Eu escrevo pra mim
sobre mim
É como se
O que eu sinto 
Aqui
Dentro
Não coubesse mais
Aí transbordo
Fluindo pela caneta
No papel
Não escrevo pra satisfazer
Punheteiros
Mas se dá prazer
Pois bem
Siriricarei
Que seja o gozo
Escorrendo entre as pernas

quarta-feira, 20 de maio de 2015

mercúrio retrogrado

mercúrio retrogrado me impede de falar tudo que penso por motivos de ser mal entendida.
tendo eu mercúrio em touro, sei que isso sempre será problema
falarei sobre o que sinto, então
e meus pensamentos ficarão pra mim
ou pra quem quiser ouvi-los sem julgamentos
por isso repito: não sou feita pra pessoas rasas
a superfície do rio não fala sobre mim, sou profunda demais
mergulhar é preciso, se faz necessário
se você tem medo, nem tente
se tentou, prossiga com cor agem

terça-feira, 19 de maio de 2015

sobre regras

Você acha que está preso
Que eu vivo em liberdade
Mas como é viver livre 
Se a realidade me aprisiona?
Se pra estar contigo 
É preciso me conter
Ter padrões, horas, dia exato
Não sou livre
Sou presa
Amordaçada
Aflita
Quero braços
Que não são meus
Quero boca
Que não é minha

quinta-feira, 14 de maio de 2015

ensaio da vida

construí esse blog há 5 anos trás
queria escrever
fazer da minha vida um verso mais bonito
tornar sentido o que não tinha
viver
conheci pessoas que me ajudaram
sou grata pela inspiração, apoio
iniciativa
hoje estou aqui
em outro espaço
outro computador
muito diferente daquela época
mas lembrando claramente o porque  de retomar o sonho que sempre tive
quero me colocar no mundo, deixar minha marca
mesmo que ela seja ácida, visceral e até mesmo indigesta
me desculpem, ou não,
não posso ser outra coisa
esta sou eu hoje
depois de muita pancada
muita burrada
desilusões 
meia duzia de paixões
um casamento desfeito
filhos perdidos
amores impossíveis
permaneço, sobrevivo
cheia de cortes, faltando pedaços
porém, inteira!

Nella ( gosto quando me chamam assim)

quarta-feira, 13 de maio de 2015


sobre abolição

Sou livre?
Nem percebi!
O que são essas correntes
Em minhas pernas?
Posso ir onde eu quiser
Fazer o que quiser?
E essa mordaça
Me impedindo de gritar?
Sou livre
Nessa sociedade racista
Machista
Hipócrita?
Acho que não
Certeza que não
Houve abolição

insônia

Fui dormir
Você veio
Deitou-se ao meu lado
Levou meu sono
Meu sossego 
Trouxe inquietude

Devaneios
Quero suas mãos
Em meios seios
Seus braços

Corpo todo
Pelos do peito
Fecho meus olhos
Vejo você aqui
Respirando, suspirando
Passando a mão
Em meus cabelos
Costas
Ah!
Porque roubaste a calma
Minhas certezas
Meu coração?
Devolva-os, ou fique aqui

Até eu dormir
Até eu sucumbir
Só mais um pouco..

sábado, 9 de maio de 2015


esse é meu ultimo mês
talvez seja minha ultima postagem
de uma liberdade tardia
pseudo livre
as amarras que me prendem
a realidade da vida
destroem minha poesia
nesses 9 meses eu morri
renasci
ainda não aprendi 
a andar 
não sei mais quem sou
perdida num mundo
que não me aceita
não me respeita
não me ama
onde não me encaixo
nesse abandono
desengano
não me encontro
talvez seja só melancolia
aquelas "bad trip"
no dia seguinte
não sei
só sei que sinto
por sentir demais
me abismo

meu medo é te beber
e perder a pouca razão
que tenho

depois da meia noite

eu não tô pronta
pra me apaixonar
por você
não tô!
ainda ando perdida
me procuro
em esquinas
tá complicado
essa distância
de mim mesma
ando em círculos
se eu me encontrar
nos seus lábios
seus braços
não encontraria comigo
seria uma entrega
não posso
não devo
me deixar
não consigo
se eu ficar não sou eu mesma
você me entende?
não espero
sem mais expectativas
foi bom
me basta
como a recordação do seu sorriso 
depois do gozo
hoje foi especial
me vi sua por alguns segundos
mas o desespero
de me perder
enquanto olhava 
seus olhos
foi maior
então vou fugir
tentar correr
partir
guardar esse momento
perdido
sentido
na madrugada
entre minha lágrimas

quarta-feira, 6 de maio de 2015

sobre nada
sobretudo
ando e meu caminho
é incerto
mesmo assim
no trilho
minha estrada
é ferro e ouro
minha vida
é Ogum e Oxum
rio sem barragem
deságua
caminho sem demanda
não existe
por isso a espada
a força
a leveza
sigo
incerta
mas com fé!

sexta-feira, 1 de maio de 2015

1° de maio

tem dia do trabalhador
pra quem é mulher negra?
tem feriado?
almoço em família?
churrasco, comemoração?
não, tem labuta!
a sacola na mão,
pesa os ombros
tem a comida da patroa
tem a roupa do patrão
tem seus filhos em casa
sem escola
sem escolha
pelas ruas
sem mãe, nem pai
ninguém fala, silencia
tem um abismo
que se chama racismo!

A fábula do pássaro Na gaiola Nunca foi nosso caso Nesse caso Coube mais Aquele dito popular Da abelha Num jardim florido Não tá ma...