terça-feira, 24 de outubro de 2017
Sobre os vários nãos
Não é que uma hora cansa
Não, não é isso
Todos os dias são cansativos
E chega um dia
Que o peso se torna insuportável
Não sou uma fortaleza, sabe?
Não sou forte e poderosa
Nem invencível
Sou humana
Erro muito mais que acerto
Não fiz santo a toa
Deitei pra orixá pra ter governo
Pra trabalhar minha fé
Ter caminho e paz
Mas os nãos são maiores
E aprendi isso
Aliás
Acho que entendo bastante do assunto
Não sou bem vinda
Não sou correspondia
Não sou normativa
Não sigo cartilhas
Redundante dizer
Que não sou o que deseja
O que você espera
Não sou nada
E se me enxergasse assim
Poderia ter sido mais
Poderia sentido mais
Poderia
Das certezas que tenho
É que construí minhas verdades
Incorruptíveis
Indissolúveis
Talvez seja meu não interno
A dureza de ser água abundante
E sentir-se represada
Dói demais querer existir
Num mundo tão quadrado
Tão certinho
Tão perfeito
Dentro de suas caixas
Dentro de desejos contidos
De pessoas rasas
Mereço a profundeza
Eu busco o abismo
Porque nele
Não há certeza de nada
E já que também sou nada
Deve ser bonito simplesmente
Se entregar e cair
Domingo é foda!
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