quarta-feira, 29 de novembro de 2017
Sou poeta
Que grita
Aquela poeta maldita
Que joga a merda
No ventilador
Você repudia
Prefere acreditar
Em versos melosos
Em frases feitas
Que não tem paixão
Que não tem coragem
Será
Que preciso conter
Toda mágoa
Que mora em meu
Peito
Pra que ela não
Se transforme em
Mais dores
Mais desamores?
Não sei se consigo
Não é da minha natureza
Represar sentimentos
Sou como um rio
Tranquilo
Que na queda se transforma
Em cachoeira
Água que mata sede
Alivia o calor
Mas que também
Destrói
domingo, 26 de novembro de 2017
sábado, 25 de novembro de 2017
Quando você acorda
E só pensa em dormir
Novamente
Deseja
Pegar um máquina
Do tempo
E voltar um ano atrás
Meses
Dias
Mas não pode
Não consegue
Você tenta
Voltar a dormir
Voltar ao passado
Esquecer
Mas cai
No abismo
Difícil lidar com meus erros
Aceitar meus defeitos
E seguir
Deixar fluir como rio
Que sou
Abraçar a água
No meu ori
Abraçar o vento
Rodopiando
No meu peito
Cair e levantar
Como cachoeira

Escrever para não morrer
Não é só metáfora
De escritor branco
Que faz versos
Pra conquistar mulheres no Facebook
Infelizmente
Muitas mulheres negras morreram
Ontem, hoje
Por não conseguirem mais suportar
A dor, a fome, o abuso
Toda mágoa que estava presa
Dentro dela
E a única forma de existir
De resistir
É escrevendo aqui
Na rua
Nas paredes
Se libertando de tudo
Se tornando mais leve
Eu sou uma dessas mulheres
Que param numa praça qualquer
Chorando compulsivamente
Tentando desaguar
Toda angústia
Toda mazela
Todo pus preso na garganta
Através da poesia
Então eu escrevo
Pra não me jogar de ponte
Pra não tomar veneno
Pra não cortar os pulsos
Pra viver
Pra existir
Por mais alguns minutos

sexta-feira, 24 de novembro de 2017
Sou falsa
Cubro de sol
Dias de outono
Boto verde
Na copa das árvores
Mel nas flores
Fingida
Tinjo de azul
Céus da boca
Faço brotar
Água doces
Em terra preta
Seca
Árida
Sem vida
Sem semente
Mentirosa
Faço chover
Dias e dias
E inundo
Formando rios de lágrimas
Sopro ventos
Até virar tempestade
Depois
Seca
Viro deserto
Meu nome
É Kalahari

terça-feira, 21 de novembro de 2017
sexta-feira, 17 de novembro de 2017
Posso falar uma coisa
Que tá me incomodando?
É essa cidade
E sua falta de afeto
Isso mesmo
Falta afeto nesse lugar
As pessoas são duras
Como o asfalto da Ana Costa
Tão cheios de buracos
Cheios de si
Cheios de merda
Ando por ela e me perco
Dá medo até
De ser confundida com uma indigente
As vezes sou, até
Porque me sinto invisível
Nas ruas
Nos canais
Nas praias
Só apareço do lado daquele gringo
Deve sustentar ela
Ou ela deve ser enfermeira
Vive de branco, só sai a noite
Estranha essa relação
Com essa gente, não me meto
Vejo nos olhos o julgamento
E sinto o mal dizer na carne
Caiu um copo de chá de cidreira
Agora, bem no meu pé
Nada é por acaso
Nada foi engano
Hoje eu sei que aquele adeus
Foi porque você sentiu saudades
Mas não aguentou ficar
Na boa, eu também fugiria
Se eu pudesse
Voaria pra bem longe
Mas eu tô aqui
Presa nessa cidade
Presa dentro de mim

quarta-feira, 15 de novembro de 2017
É tudo questão de gosto
Meu bem
E eu ainda sinto o seu
Na minha boca
Cada detalhe do seu corpo
Cicatrizes, tatuagens
Fotografados na minha retina
Não me deixam dormir
É tudo uma questão de gosto
Meu bem
O pó, o beck, a cerveja
Dá a mesma brisa que meu corpo
Sei que você tenta fugir
Mas é tudo uma questão de gosto
De jeito, de vontade
E seu vício em mim
Já foi tarde
Me resta somente a lembrança
quinta-feira, 9 de novembro de 2017
quarta-feira, 8 de novembro de 2017
Amei homens
Sem nome
Sem rosto
Sem endereço
Perdidos nos poemas
Sem visualização
Enviados nas madrugadas
Regadas de soluços e álcool
Reclamo por mais
Sempre mais
No desejo
Matar minha sede
Minha fome
Transbordo
Grito
Xingo
Amaldiçoado seja
Aquele que me nega
Uma gota de saliva
Você queria foder
Te dei
Você queria tesão
Te dei
Você queira paixão
Te dei
Mas quando
Pedi pra me amar
Fugiu
terça-feira, 7 de novembro de 2017
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