quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

sem remetente

Eu sinto falta da cumplicidade
Do olhar preso no outro
Das mãos unidas
Toques suaves no cabelo
Nas costas
Mas nas minhas recordações
Nada era verdadeiro
Quando depois vinham gritos
Coisas atiradas no chão
Choro compulsivo
Ou quando parecia uma estranha 

Depois de tanta intimidade
Quando dizia adeus
Sem palavra nenhuma
Aprendi que depois do afago vêm a dor
Que depois da dor vêm o afago
Hoje eu não sei o que é carinho
Hoje eu não sei o que é amor
Hoje eu só sei fugir
Correr de qualquer sentimento
Mesmo querendo ficar
Mesmo querendo sentir

Parafraseado Elisa Lucinda
O homem que me amar hoje 
encontrará vários lá dentro
mate-os, esquarteje, queime!
Todos eles me ensinaram que amar é sofrer 
e que carinho é sentir dor.


(Eu sei que você não vai ler, mas precisava, ao menos, escrever)

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