Quem me vê caminhando tranquilamente pelas ruas
Não faz idéia do que se passa na minha mente
Olho cada casa, flor, borboleta
E vou me despedindo
Num sorriso
Num aceno
As pessoas não imaginam
Que pode ser meu último dia
Vestido branco
Cabelo recém pintado
Unha feita
Quero que me vejam solar
Mesmo em dia nublado
Já me despedi de todos
Mesmo que eles não saibam
Cada palavra era um adeus
Olho pro céu
Vejo somente nuvens
E o pensamento é não existir
Minhas gatas não saem de perto
Parecem adivinhar que meu destino
Sera o mesmo que o delas
Não as deixarei só
Irão comigo onde eu for
Nossa passagem já foi comprada
E esteve guardada
Numa gaveta desdo ano passado
Ah, já faz um ano?
Não, muito mais..
São 36 anos de agonia
Uma alma aflita
Atormentada
Consciente que esse mundo
Não lhe pertence
Que nada lhe cabe
Deixarei minhas dores
As mágoas
Todos os dedos que me foram apontados
O desamor
Abandono
Deixo também meus erros
Essa culpa que dilacera meu peito
Por ter sido uma péssima filha
Uma irmã
Uma amante
E uma mãe
Deixo esse mundo
Entregando-me a natureza
Este corpo cansado
Por fim, definhará
Alimentando o solo
Fertilizará
Germinará
Brotará
Águas
E finalmente renascerá rio
quinta-feira, 31 de dezembro de 2015
Assinar:
Postar comentários (Atom)
A fábula do pássaro Na gaiola Nunca foi nosso caso Nesse caso Coube mais Aquele dito popular Da abelha Num jardim florido Não tá ma...
-
Me miro en tus ojos Espejos del alma Negro intenso Encanto sin palabras Me miro en tus ojos Recassa en el mar Mi perdición Me atrae y me exc...
-
Eu sinto a chuva, o vento Enquanto caminho sem pressa A água fria, a ventania não me metem medo São tantos pensamentos nessa mente gemini...
-
Quantas coisas deixei Pelo caminho Por causa de minhas dores Livros que parei de ler No primeiro capítulo Planos que deixei Como rascunhos A...
Nenhum comentário:
Postar um comentário