domingo, 26 de março de 2017

Sobre afetividades

Eu não sei amar
Ninguém me ensinou
Com meus pais
Afeto é comida na mesa
Roupa limpa, um teto
Nada mais
Eu acho bom até
Abrigo é melhor que nada

Ninguém pegou na minha mão
E falou que amava
O primeiro que se ajoelhou
E disse que ficaria ao meu lado
Na tristeza e na doença
Me cortou tão fundo
Eu não quero mais sangrar

Minhas lembranças doem
Cada homem que amei me matou
Me mutilou
Não quero seu amor
Esse amor doente
Que vive de passado
Que confunde desejo com carinho
Que nos meus olhos não enxerga alma

Eu digo adeus todo dia

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