quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Quando a vi de longe dançando.
O corpo movendo ao som do tambor.
Meu coração disparado se confundiu com o agogô.
Aquela boca vermelha e o olhar delineado.
Veio sorrindo em minha direção.
Me fez lembrar da última noite.
Em que transamos e já fiquei com tesão.
Me cumprimentou sem graça.
Olhando em outra direção.
Eu meio ansioso.
Só queria um aceno.
Um sim, talvez, ou não.
Entre lábios.
Disse que estava apaixonada.
E mesmo que ele fosse um babaca.
Era dele que gostava.
Que podia trepar comigo.
Mas não hoje.
Porque, por causa dele tava arrasada.
Ele tá aqui? Perguntei.
Ela olhou pra trás e disse: quem sabe?
Pode ser aquele brother que tava do seu lado.
Gargalhou, zombando da minha cara.
Vou embora, ela disse, não posso mais ficar.
Tenho que matar essa paixão.
Antes que ela me mate.
Me abraçou roçando seu corpo.
Disse baixinho que ia me ligar.
Deu meia volta e saiu rebolando.
Desfilando que nem porta
bandeira.
Parou na frente de um cara
Deu um beijo no rosto dele e foi embora.
Enxugando as lágrimas.
Maldito filho da puta!
Agora sei qual é sua cara!

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